A Farsa de Inês Pereira
Para dar provas da originalidade do seu trabalho, Gil Vicente propôs-se criar uma obra a partir de um ditado popular escolhido por aqueles que o acusavam de plágio – “mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube”. E acabou, desta forma, por escrever a sua obra mais complexa ao nível da estrutura dramática e narrativa.
A história da Inês Pereira pode ser a de qualquer uma outra moça casadoira e filha do povo. Apesar de vir, no desfecho da farsa, a revelar-se um exemplo dos maus costumes que Vicente satiriza, nunca deixa, ao longo de toda a narrativa, de ser um exemplo da rebeldia jovem, numa voz feminina que destaca a sua força num tempo de silêncios conformados. Mas, em toda esta farsa, o teatro transborda de literatura, nas personagens bem recortadas, nas situações e ações que devem mais ser feitas que lidas. E este espetáculo é a transformação de uma das maiores obras escritas de Gil Vicente, em acontecimento e ação, para que os estudantes da Farsa de Inês Pereira possam ver Inês com os seus próprios olhos, aos seus pretendentes e a todas as personagens que escrevem em tempo real esta comédia em toda a sua dimensão satírica. Não vamos ler a obra com os alunos, vamos mostrá-la, dá-la a provar e depois digeri-la em conversa.
Objetivo: complemento educativo ao Plano Curricular da disciplina de Português e Plano Nacional de Leitura para o 10º ano de escolaridade.
Enquadramento no programa curricular: Português
Fotografias creditadas por Pedro Figueiredo
Fonte: https://agenda.barcelos.pt//evento/a-farsa-de-ines-pereira-2158
A Farsa de Inês Pereira