Festival Ecos do Lima 2024 – Ponte da Barca
Rio Lima / 𝑹𝒊𝒐 𝑳𝒆𝒕𝒉𝒆𝒔 «Rio do Esquecimento»
-A memória como progresso-
Festival Ecos do Lima 2024 – Ponte da Barca
Ponte da Barca deve a sua identidade ao Rio, tanto é que nem o Ecos seria do Lima. Em 2015, ainda longe de ideologias, a ideia do festival encontrou o seu primeiro impulso na imagem ribeirinha das águas espelhadas, cheias de luzes e sombras. Este sentimento de deslumbramento, que causa um arrepio na espinha e um embargo na voz, vem desde um passado longínquo, que levou as Legiões Romanas a acreditarem que este seria o 𝑹𝒊𝒐 𝑳𝒆𝒕𝒉𝒆𝒔 dos 𝑪𝒂𝒎𝒑𝒐𝒔 𝑬𝒍í𝒔𝒊𝒐𝒔: a fronteira do esquecimento de tudo o que é terreno antes de se entrar no Paraíso. De facto, esta paisagem 𝒔𝒖𝒊 𝒈𝒆𝒏𝒆𝒓𝒊𝒔 é persistentemente a memória do que é Ponte da Barca, para os seus e para os seus hóspedes. É o início e o fim, para quem chega e para quem parte, como um ponto de referência onde tudo começa e onde tudo acaba. Nos tempos do 𝑹𝒊𝒐 𝑳𝒆𝒕𝒉𝒆𝒔, tudo acabava neste ponto do território Lusitano, porque quem o atravessasse, apagaria todas as suas memórias. No entanto, conquistar a Galiza implicaria atravessar o Rio e colocar em causa a memória, resultando ou no progresso ou no declínio. Mas Decius Junius Brutos, comandante do exército romano, entra no 𝑹𝒊𝒐 𝑳𝒆𝒕𝒉𝒆𝒔 e, já do outro lado da margem, chama todos os seus soldados, um por um, pelos seus nomes. Eis a persistência da memória, eis o progresso. Afinal, o Rio Lima não é o 𝑹𝒊𝒐 𝑳𝒆𝒕𝒉𝒆𝒔 nem as Terras da Nóbrega são os 𝑪𝒂𝒎𝒑𝒐𝒔 𝑬𝒍í𝒔𝒊𝒐𝒔 do Paraíso. Ou então, quando chegarmos aos 𝑪𝒂𝒎𝒑𝒐𝒔 𝑬𝒍í𝒔𝒊𝒐𝒔 estará lá o Rio Lima.
11, 12, 13 e 14 de Julho de 2024 Festival Ecos do Lima, de regresso.
ilustração de @beabagul9ho
Festival Ecos do Lima 2024 – Ponte da Barca